Olhe sei lá!

(Pinpinha e Mitucha encontram-se numa esplanada da Foz e conversam animadamente)

Pinpinha: Oh Mitucha você por acaso sabe o que é feito da Tita? Olhe que nunca soube nada dela! Vai para mais de 15 dias que não escreve no blog...

Mitucha: Ai filha você sabe lá! Falei ontem com ela, sim porque tive eu que lhe ligar, e a fofa anda supêr ocupada, sei lá!

Pinpinha: Então? Conte-me tudo!!!

Mitucha: Olhe você sabe lá! Corre tudo aquela pindérca! Ela é teatro ao sábado, ela é bailado à terça, foi ver o Lago dos Cisnes, a porca! E só me disse "adorei! adorei! adorei!" Mas não é tudo!!! Ela é concerto na FNAC na quinta, foi ver os Deolinda, aquela banda supêr engraçada de fado pupularucho, tá a ver?! Mas pelo que sei ver, ver não viu, porque apesar do seu super lindo sapato vermelho de salto alto a psidónia só tem um 1,60 e só via cabeças à sua frente. Ah! Ah! Bem feita!

Pinpinha: Ah! Ah! Ah! Bem feita mesmo!

Mitucha: Mas espêre! Não é tudo! Ontem a psidónia foi à FNAC ver outro concerto, desta vez do David Fonseca. E você nem imagina a melhor!

Pinpinha (arregalando os olhos): Diga!!!

Mitucha: Contou-me que foi uma hora antes e horror dos horrores as cadeiras já estavam todas ocupadas e a porca teve k se sentar no chão!!! Ah! Ah! Ah! Olhe só de imaginar quase que faço xixi no fio dentalê!

Pinpinha (rindo-se histéricamente): Oh Mitucha você é um horror!!!

Mitucha (ainda mais histérica): É que estou aqui a imagina-la de saia travada preta, super fashion, sentada no chão no meio daqueles jovens todos a tresandar a hormonas, completamente histéricos, tá a ver?! Que cena supêr deprimente! Sei lá! Ela deve de pensar que é por estar no meio deles que fica mais jovem! Ah! Ah! Ah!

Pinpinha: Deve ser! Sabe que ela contou-me no outro dia que foi à Sefora comprar um creme para o corpo e a menina da loja disse-lhe que era melhor ela começar a pensar em comprar um creme anti-rugas! Ah! Ah! Ah! Ela ficou psidónia pá vida!

Mitucha: Ah pois! O que é que ela acha?! Que vai ter 25 anos a vida toda?!

Pinpinha: Pois está quase a fazer 26 e sem se dar por isso ja se entrou nos 30! Córrore!!

Mitucha: Mas olhe ela falou-lhe na neura?

Pinpinha: Que neura?

Mitucha: Você sabe lá! Consta-se que até chorou a ver o programa da Teresa Guilherme, que piroseira!

Pinpinha: Realmente! Córrore!

Mitucha: Mas ela disse-me que já tinha passado, valha-nos isso porque não há paciência para aturar neuras pindéricas!

Pimpinha: Além disso foi uma falta de chá estar mais de 15 dias sem escrever no blog! Ia lá uma pessoa ver o que tinha de novo e era sempre o raio do jantar! Anda armada em importante a porca! Deve de pensare!

(Trin! Trin! Toca o telemóvel da Mitucha)

Mitucha: Tá lá?! Tita!!!! Tá boa?! Olhe nem lhe passa estamos mesmo a falar de si fofucha!... Claro que era a falar bem! Eu e a Pimpinha lá conseguimos falar mal de alguém?!... Eu sei que você sabe disso fofa!... Olhe estamos aqui na Foz venha cá ter!... Ai está com a sua gaja?!... Ai bommmm! Já à imenso tempo que não a vimos! Venham as duas!!!... Ok! Até já então.

Pinpinha: Ai ela vem e traz a gaja dela?! Córrore! Lá vamos ter que aturar as psidónias, o que vale é que nós somos umas ladies!

Mitucha: Realmente! Umas LADES!!!

Jantar a.. Uma!

Hoje o jantar foi especial! Tive uma convidada, eu mesma! O menu foi:

Arroz de Peixe com Gambas à moda da Rita

Modo de preparação:
Pôr uma posta de peixe já meio esquecida no congelador com uma mão cheia de gambas a cozer num tacho com água, sal e um pouco de piripiri em pó. Abrir um vinho verde, deita-lo no copo e saboreá-lo enquanto o peixe coze (neste caso foi uma garrafinha de Casal Garcia que já me dizia olá do frigorífico à séculos, não é o meu vinho preferido mas acompanha muito bem um prato de peixe). Retirar o peixe e as gambas no fim de cozidas, reservar a água da cozedura, abrir o congelador e retirar a cebola e o tomate dos respectivos pacotes e pôr no tacho com um fio de azeite (que invenção maravilhosa essa dos legumes já cortados e picados! Ah e tal que não é a mesma coisa que os cortar na hora! O tanas meus queridos! É a mesmíssima coisa, com a benesse de não dar trabalho nenhum! ehehe). Juntar um bocadinho de pimento verde e deixar alourar (eu compro o pimento e congelo-o e depois dá para corta-lo mesmo congelado, é fácil). Misturar 2 chávenas da água do peixe e 2 de água da torneira, deixar ferver. Juntar uma chávena de arroz vaporizado, daquele que fica sempre bom, aconteça o que acontecer, e quando ele estiver quase cozido juntar o peixe já previamente desfiado, as gambas descascadas e um pouco de coentros em pó. Deixar apurar um pouco. No fim, pegar no prato e dirigir-se à chaise long sem se esquecer do copo com o vinho, e saborear, saborear..

Ah e tal coitadinha que até faz jantares com ela própria e faz disso grande cena. Se pensam assim, só vos posso dizer que não sabem o que perdem! O quanto é bom desfrutarmos de nós próprios, da paz e sossego do nosso lar, que é onde nos sentimos confortáveis e felizes, e eu falo por mim.

Vá! Desfrutem-se mais e sejam felizes!

Sei que estou no auge da tensão mestrual quando...

... Me ponho a ver o programa da Teresa Guilherme, o "Momento da Verdade", que já de si é grave, e me começam a cair as lágrimas cara abaixo por causa da concorrente ter ganho os 250 mil euros... (o prémio máximo)

O Mercador de Veneza

De 7 a 23 de Novembro no Teatro S. João no Porto

“Os muçulmanos sentem-se como os judeus da Europa.” A declaração é recente, e foi proferida por Shahid Malik, o primeiro muçulmano a integrar um governo britânico. Lida num jornal, teria sido suficiente para desencadear em Ricardo Pais o impulso de promover uma nova montagem de O Mercador de Veneza, não fizesse já parte da shortlist do encenador a “comédia” de Shakespeare que reacções mais “sérias” tem gerado desde que foi escrita. O projecto remonta a 2005, quando ainda envolvia a participação do actor brasileiro Raul Cortez. É agora retomado com uma tradução inédita, e com um elenco de criativos e intérpretes que congrega novos e velhos conhecidos da Casa. Tomando em mãos uma obra que baralha as coordenadas da alteridade nacional, rácica, religiosa e sexual, Ricardo Pais transcreve para a cena a força sanguínea tanto da prosa como da poesia do judeu Shylock, do cristão António, de Pórcia, Bassânio e restantes personagens, e acciona o jogo de duplicidades a que Shakespeare as abandona. No TNSJ, o ano começou com a maldizente Veneza de Goldoni. Houve, pelo meio, a cínica Veneza de R.W. Fassbinder. Agora que nos aproximamos do termo de 2008, chegamos à Veneza de escuros becos psíquicos imaginada por Shakespeare, com uma muito musical Belmonte do outro lado do espelho. O chamamento vem do seu interior: “Vamos sentar aqui, deixar que os sons da música nos subam aos ouvidos”.

Para quem não sabe aqui a Rita já sonhou um dia em fazer ranger as tábuas dos palcos deste país, mas depois pensou melhor e abraçou a Animação Sóciocultural como amor para toda a vida (onde é que eu estava com a cabeça?! lol). O teatro é uma grande paixão, apenas adiada. A vida é longa, ou pelo menos espera-se que seja, e dá para se fazer mais que uma coisa, dá para ter muitos amores e muitas paixões e vive-las todas intensamente.

Infelizmente não vou ao teatro as vezes que gostaria. porque infelizmente a cultura tem custos elevados. mas há peças que valem a pena. Esta parece-me ser uma delas. Lá estarei a vibrar como sempre. Meus caros leitores, ide ver e depois dizei-me de vossa justiça.

O chamamento

"Oh rita sabes, eu estou mas é com medo do chamamento da patareca!" - confessa-me uma amiga.

Pois é... Mulher sofre!